Marco Braga
"MFPC 48 REVFH11 (Horas No. 05)"
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40 x 50 cm - Lápis artístico e tinta metálica sobre papel
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Vertentes psicológicas indicariam o nascedouro da obra de arte provindo do íntimo do artista, de seu universo particular e subjetivo. Não seria então esse nascedouro resultante da personalidade do artista respondendo à sua exposição aos eventos do mundo ao redor? Explicar a(s) obra(s) por esse viés seria aceitável, porém narcísico (do ponto de vista do autor) e talvez desinteressante (do ponto de vista do receptor), e, além do mais, só quem teria as verdadeiras chaves de interpretação das obras por esse viés - se é que teria consciência disso - seria o próprio artista.
Vertentes sociais, por sua vez, indicariam o nascedouro da obra de arte como resposta ou reação ao meio. Certamente o meio influencia na criação artística, pois esta não é, e nem deve ser, algo alheio ao mundo. A não ser que o artista, seguindo por esse caminho, opte deliberadamente por uma 'anulação' de sua própria personalidade no fazer artístico - e, ao tomar tal posicionamento, não estaria ele, na realidade, chamando atenção sobre a própria personalidade? - essa leitura da obra, portanto, também remete às características da personalidade do artista.
Ambas as vertentes enveredam a um denominador comum: ao autor da obra ou, ao menos, à (suposta) intenção criativa por trás de sua geração. Porém estar diante da obra é estar diante do autor? Não. Estar diante de uma obra de arte é estar diante de algo que, ao ser concebido, adquiriu vida própria, passando a ganhar independência de seu autor - apesar de sempre manter com ele, que nesse momento torna-se também um receptor, uma relação um pouco mais íntima que aquela dos demais receptores possíveis.
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