O PROJETO DEONOMO,
o Fluente Mundi
o Fluente Mundi
A CONCEPÇÃO DE UM MUNDO COM FRAGMENTOS
"Meu caro amigo, estou lhe enviando um pequeno trabalho do qual não se poderia dizer sem injustiça que não tem rabo nem cabeça, já que, pelo contrário, tudo nele é ao mesmo tempo cabeça e rabo, alternados e reciprocamente.
Considere, eu lhe peço, leve em consideração as admiráveis facilidades que esta combinação oferece a todos nós, a você, a mim e ao leitor. Podemos interromper onde quisermos - eu meus devaneios, você o manuscrito, o leitor sua leitura: pois não mantenho a recalcitrante conta de deste último suspensa ao fio interminável de uma intriga supérflua. Retire uma vértebra, e os dois pedaços dessa tortuosa fantasia irão se juntar sem dificuldade. Lacere-a em diversos fragmentos e verão que cada um deles pode existir à parte. Na esperança de que algumas destas postas tenham vida suficiente para agradá-lo e diverti-lo, ouso dedicar-lhe a serpente inteira."
(Charles Baudelaire)
INTRODUÇÃO
DEONOMO, o Fluente Mundi - A Concepção de um Mundo com Fragmentos carrega, entre outras, a característica investigativa da relação ESPAÇO/TEMPO: tratado como 'mundo', Deonomo significa ESPAÇO, porém espaço composto por 'manifestações fragmentais' (ideias, projetos, registros, gestos, reações, emoções, pensamentos, trabalhos, opiniões, sonhos...) que indicam/resultam do constante processo de vivência, ação e reação, caracterizando e denotando a vida desse mundo, sua fluência, ou seja, evidenciando o passar/fluir do TEMPO. Dessa maneira a concepção de Deonomo acaba por apresentar características semelhantes às de um projeto paisagístico na composição de um jardim.
Uma única visita a um jardim apresenta um aspecto resultante daquele momento específico englobando fatores como: os cuidados recebidos em sua manutenção até então, sendo uma resposta àquela determinada estação do ano, e, também, às peculiaridades daquela hora do dia, das condições climáticas e luminosas daquele preciso instante...
Creio que uma única visita a um jardim é como entrar em contato com uma única obra de um artista - e essa 'visita' pode ou não significar alguma coisa para o visitante.
Quando temos a oportunidade de visitar esse jardim mais vezes admiramos o quanto ele mostra de dinamismo e mutabilidade, sua aparência revelará transformações por vezes sutis, por vezes marcadas e marcantes, porém sua estrutura é e continuará sendo a mesma.
Descubro-me espécie de 'arqueólogo de mim mesmo', ao mesmo tempo tomo a consciência de ser um 'construtor de mundo' - não havendo nisso qualquer sinal de pretensão pois, creio, todos somos construtores de mundos - mundos criados por (e resultantes de) buscas e tomadas de decisões; por identificações e vivências, encontros e desencontros, erros e acertos, vitórias, derrotas... A esse (meu) mundo denominei 'Deonomo, o Fluente Mundi'.
Dentre as tantas manifestações que compõem Deonomo, consideradas fragmentos de caráter construtivo, estão aquelas artísticas - as de caráter visual, denominadas 'Manifestações Fragmentais Plásticas' (MFP) e as escritas, 'Manifestações Fragmentais Documentais' (MFD).
Vertentes psicológicas indicariam o nascedouro da obra de arte provindo do íntimo do artista, de seu universo particular e subjetivo. Não seria então esse nascedouro resultante da personalidade do artista respondendo à sua exposição aos eventos do mundo ao redor? Explicar a(s) obra(s) por esse viés seria aceitável, porém narcísico (do ponto de vista do autor) e talvez desinteressante (do ponto de vista do receptor), e, além do mais, só quem teria as verdadeiras chaves de interpretação das obras por esse viés - se é que teria consciência disso - seria o próprio artista.
Vertentes sociais, por sua vez, indicariam o nascedouro da obra de arte como resposta ou reação ao meio. Certamente o meio influencia na criação artística, pois esta não é, e nem deve ser, algo alheio ao mundo. A não ser que o artista, seguindo por esse caminho, opte deliberadamente por uma 'anulação' de sua própria personalidade no fazer artístico - e, ao tomar tal posicionamento, não estaria ele, na realidade, chamando atenção sobre a própria personalidade? - essa leitura da obra, portanto, também remete às características da personalidade do artista.
Ambas as vertentes enveredam a um denominador comum: ao autor da obra ou, ao menos, à (suposta) intenção criativa por trás de sua geração. Porém estar diante da obra é estar diante do autor? Não. Estar diante de uma obra de arte é estar diante de algo que, ao ser concebido, adquiriu vida própria, passando a ganhar independência de seu autor - apesar de sempre manter com ele, que nesse momento torna-se também um receptor, uma relação um pouco mais íntima que aquela dos demais receptores possíveis.
Derivada de um processo, a obra em si é portadora e testemunho de vida (vivência) e propõe um convite ao diálogo, à comunicação, gerando assim uma espécie de elo entre autor e receptor, onde, nesse momento, tais papéis se mesclam e confundem - pois, na visão dos receptores, a leitura das obras passa a receber interpretações pessoais, gerando significações muito diversas daquela que poderia ter sido a vontade ou necessidade originadora da obra. A própria recepção se torna, assim, um ato criativo.
O indivíduo, a busca e a defesa de sua identidade, assim como as formas de relação dessa identidade com a sociedade e o mundo estão entre os temas do 'Projeto Deonomo'. Questionamentos sobre as características vivenciadas no mundo contemporâneo: o consumo imediatista, sofrego e superficial; a descartabilidade, a desconfiança, a insegurança, a solidão; as características da aparente urgência no afã de viver um hoje e um agora de forma efêmera e descompromissada, como se esse hoje não fosse resultante e dependente de um ontem e elemento estruturador de um amanhã. Tomando o indivíduo como interesse central, são colocadas também questões relacionadas à comunicação e às formas de interação, na defesa de um viver liberto, consciente e ideológico - e não um viver meramente libertário e inconsequente, parecendo resultar de modas assimiladas numa aceitação passiva de comportamentos tomados de modo pseudo-dogmáticos. Qual o futuro para as relações humanas? Qual a posição do indivíduo na sociedade contemporânea nessa era de tantos avatares duvidosos? Qual a consciência que temos de nós mesmos?
Cada Manifestação Fragmental carrega em si sua inteireza gerada de uma possível estruturação/equalização composta por oposições, revelando/registrando momento de equilíbrio não neutro ou simétrico (onde tais forças se anulariam), mas equilíbrio frágil, talvez mais um momento de 'estabilidade instável' e, com isso, revelando seu dinamismo, sua vida. Porém, fruto de um momento, de uma 'estação', a obra indica não ser única, mas, sim, participante pulsante de algo maior. Assumidas em sua característica fragmental - fragmentos de um todo - as Manifestações Fragmentais aproximadas, combinadas ou até (re)construídas, geram novas partes, novas obras, novos fragmentos, e nisto consiste outra das bases para o Projeto Deonomo - também ele uma grande Manifestação Fragmental, uma das tantas que compõem, podem compor ou ao menos sugerir uma indicação da possível (mas não decisiva) inteireza de Deonomo, o Fluente Mundi, um mundo derivado de vivência, investigação, descoberta, construção e adequação, um mundo cuja inteireza, tenho consciência, não será conhecida, pois resulta e continuará resultando de processo contínuo - processo que, disso também estou certo, ficará inacabado.
E são estas indicações da possível inteireza de Deonomo que compartilho, esperando que, ao fazê-lo, esteja contribuindo de alguma forma e que possam passar a fazer parte da construção de (seus) outros mundos.
Sou Marco Braga, nascido em São Paulo. Brasil, na madrugada do dia 21 de agosto de 1963. Artista plástico, professor, metido a poeta e escritor, um apaixonado pela arte que sempre este em meu histórico, seja fazendo, seja fruindo, seja pesquisando sobre ela. E Deonomo é fruto dessa paixão.
Seja bem vindo a Deonomo, o Fluente Mundi.
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SINAIS
Lanço agora as peças do quebra cabeças
Confundindo jogos, propondo brincadeiras
Lanço-as como quem lança papéis pelas janelas
nas comemorações de final de ano.
Saia atrás delas e monte a história
a minha
a sua
São sinais
Memórias
Invenções e evidências
Ocultamento e revelações
Chaves, cadeados
Portas e janelas entreabertas
Verdades e mentiras
Crenças e blefes
Lanço agora as pedras
Como cartas de baralho
E desafio ao montar castelos
Todos serão possíveis
Porém todos serão frágeis
E fortes...
"SINAIS - MFDC REC13", Argo Sence
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DEONOMO
"A trajetória de um artista deixa como rastro obras evidenciando etapas de buscas - buscas tantas vezes inconscientes e intuitivas - onde quando são encontrados indícios de possíveis respostas passam a ser vislumbradas insinuações, silhuetas, daquilo pelo qual se vinha buscando. Retratos daquilo visto e sentido ou vontades daquilo a ser visto, a ser sentido? Registros ou idealizações? Denúncias e carícias. Gritos silenciosos. Sussurros de arrepiar a pele.
Tempo materializado em espaço, espaço composto por desejo de continuidade no tempo."
"MFDC 13 (Trajetória)" - Argo Sence
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MANIFESTAÇÕES FRAGMENTAIS
As formas de interação de uma personalidade com o mundo - suas ações e reações, opiniões, gestos, atitudes, realizações... - são Manifestações derivadas de vida e vivência e, consequentemente, de uma visão de mundo particular, pessoal e personalista. Por mais abrangente que seja nossa visão de mundo, ou seja, por mais aberto que estejamos para conhecer e (tentar) compreender o mundo ao redor, há limitações de várias ordens. Em primeiro apreendemos, sentimos, percebemos, reagimos não ante ao 'todo', mas às partes desse 'todo' ao redor - e esse 'todo' constantemente apresenta novidades, É dessa vivência e visão limitadas que resulta a produção de nossas Manifestações: fragmentos do 'todo' percebidos por uma visão igualmente fragmental gerando, portanto, manifestações igualmente fragmentadas.
Aceitar essa característica fragmental da vida é uma necessidade, porém fazê-lo de forma passiva, conformada e superficial, é como deixar-se conduzir pelos caprichos de marés e correntes instáveis - e apesar disso aparentar mobilidade, quando visto de certa distância, se percebe: o agente de tal aceitação passiva, na realidade, está em estado de inércia e estagnação.
A conscientização da fragmentalidade da vida assumida (vivida / vivenciada) não de forma passiva e resignada, mas, sim, encarada na investigação de suas possibilidades estruturais e estruturantes está nas bases do conceito de Deonomo, o Fluente Mundi.
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FLUIR
"Se realmente tivéssemos a possibilidade de parar por um momento, qual a sensação? Talvez a da pele sendo roçada pelo contínuo fluir do tempo. Poderíamos então admirar os quantos apenas se deixam levar pelo sentido da corrente. Mas descobriríamos alguns lutando bravamente contra ela. E também alguns poucos descrevendo movimentos frenéticos num ir e vir, desejosos pela apreensão de algo além da simples verificação do eterno fluir. Talvez estes queiram apreender algo que possa estar oculto na totalidade da configuração do leito desse fluxo. De qualquer forma todos acabarão chegando a um só lugar nessa fluência que trás, em si, a convivência de todos os tempos."
"MFDC 12 (Fluir)", Argo Sence
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"Um artista não pode ser visto como sonhador alheio ao mundo, ao contrário, ele é um investigador do mundo e sua arte deriva de sua relação com ele.
Sonhadores todos somos e devemos ser, apenas o artista carrega a característica de ser materializador de sonhos.
Não sei quanto ao fazer dos outros, para mim a sensação é a de coisas pedindo para ser declaradas, registradas, encorporadas, manifestadas."
"MFDC" - Argo Sence
Sobre a estruturação histórico/mitológica de Deonomo
Numa liberdade poética, também evidenciando a relação espaço / tempo, Deonomo apresenta uma estruturação histórica composta por duas grandes Eras - Eras subdivididas em Períodos e estes, por sua vez, apresentando Fases ou Séries.
Enquanto as Eras indicam cronologia (tempo), os Períodos, Fases e Séries sugerem campos investigativos (espaço).
Dessa liberdade poética derivam as denominações 'arqueólogo' e 'construtor' fazendo referência à (tentativa) de compreensão Deonomo numa defesa de um viver onde o tão efêmero hoje é encarado como resultado de um passado (arqueologia) e elemento estruturador de um futuro (construção).
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Dentre as evidências de Deonomo, o Fluente Mundi estão as obras designadas:
- MFPs - Manifestações Fragmentais Plásticas (de caráter visual-tátil);
- MFDs - Manifestações Fragmentais Documentais (escritas).
Nas Manifestações Fragmentais tidas como 'arqueológicas' já me assinei MAB, Braga, Marco Braga e, nas 'contemporâneas', M. Braga e Argo Sence.
Produto e parte integrante e produtiva da visão (estética) de mundo, Deonomo ao mesmo tempo designa um território de investigação e produção e seu conceito pode, igualmente, ser visto como Manifestação Fragmental (uma Manifestação Fragmental Conceitual e Contemporânea) o que traz curiosa dicotomia: designando território e sendo conceitualmente Manifestação Fragmental, Deonomo une em si a característica de ser ao mesmo simultaneamente criador e criatura, um produto de si mesmo.
O epíteto 'Fluente Mundi' também evidencia característica dual: a da relação espaço / tempo. Como 'mundo' Deonomo apresenta configuração espacial a ser investigada e construída (espaço mental derivado da percepção e vivência do mundo ao redor). Marcado por sensações, buscas, descobertas, construções, reformulações, adequações, apresenta-se a fluência de Deonomo, seu dinamismo, resultante dos tantos questionamentos ante a inconstância e a constância, a finitude e o cíclico, as características temporais e não-temporais.
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"Admitamos assim, intuitivamente, a possibilidade de distinguir duas maneiras de viver nossa relação com o mundo sensível e, de forma correlata - conforme permaneçamos distantes das coisas ou nos deixemos, por assim dizer, contaminar porelas - dois regimes de sentido tais que a passagem de um a outro implicaria algo como um salto qualitativo na ordem da inteligibilidade".
FRAGMENTOS, FRAGMENTOS, FRAGMENTOS
"Um artista não deve pintar o que vê, mas o que será visto".
(Paul Valéry)
As 'evidências' de Deonomo - suas Manifestações Fragmentais - carregam, sim, inteirezas, apresentando universos investigativos / construtivos próprios que, longe de afirmar certezas ou verdades absolutas, apresentam possibilidades e questionamentos.
Algumas aparentam ser resultantes de buscas, desejos por encontrar - e então poder oferecer e compartilhar - possíveis ordenações, geradas da vontade da verificação da existência (?) de estruturações / equalizações entre forças opostas, mostrando-se momentos de um equilíbrio não neutro ou simétrico, onde tais forças se anulariam, mas equilíbrios frágeis, talvez momentos de estabilidade instável e, com isso, cada obra revela seu próprio caráter dinâmico, sua vida.
Por vezes tais Manifestações não se mostram como resultantes, mas como constatações, gritos indignados expressando e denunciando o próprio caos.
Por vezes são doces como acalantos...
São e sempre serão frutos de períodos, de estações, porém sempre derivadas e construtoras de um 'todo' maior.
Evidenciando sua características de 'inteirezas fragmentais' e baseando-se na estruturação histórico-mitológica de Deonomo, as Manifestações Fragmentais são identificadas por um Código seguido de um Título vulgar.
Ao mesmo tempo que o código se mostra enigmático, ele é espécie de chave situacional no espaço-tempo de Deonomo - composto por indicações da Era, Período, Fase ou Série, além de uma identificação numérica e a citação do ano de sua produção. Já o Título Vulgar faz, sim, referência à inteireza da obra em si (uma indicação de tema, por exemplo).
Contentar-se com o uno ou percebê-lo como parte integrante de algo maior? Nisto um posicionamento crítico com relação ao consumo superficial das coisas no mundo contemporâneo. O Título Vulgar faz a referência ao uno, já o Código transforma tal inteireza em parte, em fragmento e a tal 'inteireza' passa a ser superficial, isso sendo convite ao diálogo e a uma reflexão mais profundos.
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A ESTRUTURAÇÃO HISTÓRICO-MITOLÓGICA DE DEONOMO
Liberdade poética: Evidenciando a relação espaço / tempo, Deonomo apresenta uma estruturação histórico-mitológica composta por duas grandes Eras indicando sua cronologia (tempo). Tais eras são subdivididas (num caráter um tanto provisório) em Períodos e estes, por sua vez, apresentam Fases ou Séries sugerindo, por exemplo, campos investigativos (espaço).
Era Pré-Diluviana
Manifestações arqueológicos (até 2009)
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Período
Arcaico
Primeira
Idade de Ouro
Idade de
Prata
Idade de
Bronze
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(DILÚVIO)
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Era Pós-Diluviana
Manifestações contemporâneas
(a
partir de 2009)
|
Período
da Revelação (REV)
|
Fase do
Mergulho (FM)
|
Fase dos
Papéis (FP)
|
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Fase das
Horas (FH)
|
||
Período
da Reconstrução
(REC)
|
Série Joias
da Coroa (JC)
|
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Série
Fluente Mundi (FL)
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Período
da Definição (DEF)
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Série DEONOMO
(DEO)
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"Admitamos assim, intuitivamente, a possibilidade de distinguir duas maneiras de viver nossa relação com o mundo sensível e, de forma correlata - conforme permaneçamos distantes das coisas ou nos deixemos, por assim dizer, contaminar porelas - dois regimes de sentido tais que a passagem de um a outro implicaria algo como um salto qualitativo na ordem da inteligibilidade".
(Eric Laudowski)
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ARQUEOLOGIA
ARQUEOLOGIA
Ante a descoberta de vestígios de uma civilização desaparecida o arqueólogo vai montando, formulando, desvendando, evocando sua história. A Arqueologia de Deonomo é análoga a esse processo, onde o arqueólogo passa a fazer relações e tentativas de montagem em busca de possíveis inteirezas, significações, propósitos e usos, tecendo teorias que acabam ou não se mostrando verídicas. Fragmentos arqueológicos são testemunhos de um viver e, da mesma forma, as Manifestações Fragmentais Arqueológicas de Deonomo os são, não devendo ser vistas como 'peças estanques meramente exibidas, velharias sobre as quais se passa os olhos', mas percebidas como peças construtivas sob o olhar entusiasmado do arqueólogo ante suas descobertas.
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"A verdadeira arte é a da vida que, em seu eterno retorno, repete na diferença dores e alegrias, criações e descriações".
(Sarah Kofman)
Estar diante da obra de um artista é estar diante do artista? Não. Estar diante de uma obra é estar diante de algo que, ao ser concebido, adquire vida própria, ganhando independência de seu criador - apesar de manter com ele - ele que, a partir do momento em que a obra vai sendo gerada, torna-se também um receptor - uma relação um pouco mais íntima que aquela que ela tenha ou venha a ter com os demais receptores. No momento em que o autor se torna também receptor, apesar de haver o reconhecimento há, também, um estranhamento. A obra pulsa, passa a se comunicar, indicar, sugerir caminhos próprios, revelar surpresas. Ser fruidor de uma obra revela então um curioso aspecto: há a relação da personalidade do fruidor com a do criador da obra mas, principalmente, há um diálogo com a personalidade própria da obra, ser vivente.
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Estar diante da obra de um artista é estar diante do artista? Não. Estar diante de uma obra é estar diante de algo que, ao ser concebido, adquire vida própria, ganhando independência de seu criador - apesar de manter com ele - ele que, a partir do momento em que a obra vai sendo gerada, torna-se também um receptor - uma relação um pouco mais íntima que aquela que ela tenha ou venha a ter com os demais receptores. No momento em que o autor se torna também receptor, apesar de haver o reconhecimento há, também, um estranhamento. A obra pulsa, passa a se comunicar, indicar, sugerir caminhos próprios, revelar surpresas. Ser fruidor de uma obra revela então um curioso aspecto: há a relação da personalidade do fruidor com a do criador da obra mas, principalmente, há um diálogo com a personalidade própria da obra, ser vivente.
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